mulher grávida a segurar num relógio

Engravidar depois dos 40: saiba os cuidados a considerar

6 mins. leitura

Indíce
  1. 1. Como preparar?
  2. 2. Fertilidade depois dos 40
  3. 3. Tratamentos de Fertilidade
  4. 4. Riscos para a mãe
  5. 5. Riscos para o bebé

O número de mulheres que são mães mais tarde tem aumentado cada vez mais, nos últimos anos. Tudo indica que a tendência de engravidar após os 40 veio para ficar e as razões podem ser múltiplas, desde a priorização da carreira profissional, passando pelo aumento do custo de vida, ou, simplesmente, porque querem adiar a maternidade.

Se nos anos 80 do século XX, as portuguesas eram das mães mais jovens da Europa, gradualmente a situação foi mudando. Em 2023, segundo o Instituto Nacional de Estatística, a média situou-se nos 30 anos. Esta tendência demográfica tem-se acentuado no resto da União Europeia e nos Estados Unidos da América, onde o número de mães que tem o primeiro filho, entre os 40 e os 44 anos, mais que duplicou entre 1990 e 2012.

Estes números podem ser preocupantes para os demógrafos e para o equilíbrio da natalidade em muitos países. Contudo, para as mulheres — e até para as famílias — são um sinal de que a gravidez pode esperar. Mesmo que engravidar aos 40 anos, ou perto disso, seja a solução.


mulher a fazer uma ecografia

Como preparar uma gravidez depois dos 40 anos

Apesar de as gestações tardias serem cada vez mais bem vigiadas e mais bem-sucedidas, a verdade é que apenas uma em cada cinco mulheres, após os 40 anos, consegue engravidar naturalmente.

A fertilidade diminui naturalmente com o avançar da idade, tornando a conceção mais difícil sem assistência médica. Há também um maior risco de existirem complicações médicas, como a diabetes ou a hipertensão gestacional, assim como o desenvolvimento de anomalias cromossómicas no bebé. Estas gravidezes requerem um acompanhamento médico mais rigoroso.

Num cálculo de probabilidades, os números indicam que uma grávida depois dos 40 anos corre mais riscos do que uma mulher com 20 anos. A primeira dificuldade é mesmo conseguir engravidar. Isto porque, à medida que a mulher envelhece, os seus óvulos vão-se degradando, a quantidade disponível diminui, e os problemas de fertilidade aumentam, indica o American College of Obstetricians and Gynecologists.


Fertilidade feminina aos 40 anos: como a ciência pode ajudar?

Seja qual for a idade da mulher, ao fim de seis meses de tentativas falhadas para engravidar, é aconselhável a consulta de um profissional clínico especializado. Depois de alguns exames, este poderá fornecer algumas alternativas para auxiliar no processo concecional, como:

  • Tratamento de fertilidade, que estimulará as hormonas para acelerar a ovulação, caso esta tenha sido comprometida pelo avançar da idade. Este tratamento também aumenta a possibilidade de existir uma gravidez de gémeos;
  • Reprodução assistida, em que os óvulos são fertilizados fora do corpo. Após a fertilização, os embriões resultantes são cuidadosamente vigiados e, depois de alguns dias, são inseridos no útero da mulher com a esperança de se desenvolverem. Tem uma taxa de sucesso de 11% em mulheres com mais de 40 anos, sendo um tratamento especialmente indicado para aquelas que sofrem de problemas de infertilidade, ou para maternidades de substituição;
  • Inseminação artificial, em que o esperma é introduzido artificialmente no útero, para existir fecundação. Este tratamento pode ser recomendado, quando há suspeitas de infertilidade masculina.

Tratamentos de fertilidade para adiar a maternidade

A ciência tem conseguido contrariar um pouco o processo de envelhecimento da mulher, fornecendo soluções para o dilema idade versus fertilidade. Os avanços científicos relacionados com a fertilidade feminina têm contribuído para o aumento do número de mulheres que são mães pela primeira vez depois dos 40 anos. Entre os mais comuns, destacamos:

  • Os tratamentos de infertilidade: desde os hormonais para auxiliar na ovulação, à tecnologia de reprodução assistida, em que os óvulos são retirados do corpo, fertilizados em laboratório e colocados de novo no útero. É especialmente indicada para mulheres com problemas de ovulação. A taxa de sucesso é de 11% nas mulheres com 41 ou 42 anos. Além destas, ainda existe a inseminação artificial (ou inseminação intrauterina), que implica a injeção de esperma diretamente no útero;
  • A congelação de óvulos, que implica tomar hormonas para estimular a produção de óvulos, que depois são retirados e congelados, podendo ficar assim vários anos. O ideal é que isto aconteça durante os anos de maior fertilidade. Quando a mulher os quiser usar, são descongelados e injetados com esperma para os fertilizar. Os embriões que daí resultarem são, então, colocados no útero para se desenvolverem;
  • Recurso a bancos de esperma, em caso de infertilidade masculina e for necessário recorrer a um novo dador;
  • Recurso à maternidade de substituição, em que a mulher recebe um óvulo fertilizado em laboratório e todo o material genético é dos pais biológicos.

Engravidar aos 40 anos: riscos para a mãe

Segundo o American College of Obstetricians and Gynecologists, é muito pouco provável que uma mulher engravide depois dos 45 anos. O pico da fertilidade acontece a partir do final da adolescência, aos 30 anos começa a decair e, a partir dos 35, o decréscimo é ainda mais acentuado. Ainda assim, pode acontecer uma "bebé menopausa", quando a gravidez acontece numa mulher que está na perimenopausa, mas cada caso é um caso.

Uma grávida informada é uma grávida preparada. Por isso, é importante conhecer bem as várias fases da gestação e estar atenta a certos sinais, como:

  • Uma gravidez tardia é, muitas vezes, considerada uma gestação de risco. Por isso, a possibilidade de sofrer um aborto espontâneo é elevada. Uma mulher com mais de 40 anos tem 40% de hipóteses de perder o bebé. Este número cai para 15% nas que têm 20 anos. O risco deve-se igualmente ao envelhecimento dos óvulos, que podem ter cromossomas anómalos;
  • A endometriose e o desenvolvimento de fibras uterinas são outros riscos que aumentam com o avançar da idade da mãe;
  • Outro perigo é a hipertensão, que pode provocar pré-eclampsia e ameaçar a mãe e o bebé;
  • Numa gestação tardia, também é frequente dar-se o desenvolvimento de placenta prévia. Isto implica algum sangramento, durante a gravidez, e uma maior perda de sangue durante o parto;
  • As dores nos ossos e nas articulações também são mais habituais numa grávida que já passou a barreira dos 40 anos.

Engravidar aos 40 anos: riscos para o bebé

Mesmo as mães mais saudáveis podem ter complicações durante a gravidez, que acabam por afetar o bebé. Se estas tiverem 40 ou mais anos, os riscos aumentam. Entre os mais frequentes, destacam-se os seguintes:

  • Bebés com peso reduzido para a idade gestacional;
  • Desenvolvimento de diabetes gestacional, que apenas se manifesta durante a gravidez e que pode afetar a saúde do bebé;
  • Risco de hipertensão gestacional, ou seja, pressão arterial elevada ao longo da gravidez;
  • Aumento da probabilidade de um aborto espontâneo;
  • O parto por cesariana torna-se mais frequente, em vez do natural;
  • O risco de um bebé desenvolver Trissomia 21 (Síndrome de Down) aumenta significativamente com a idade da mãe

- Em mães com 20 anos, a hipótese é de aproximadamente um em 1.480 bebés;

- Em mães com 40 anos, o risco aumenta para cerca de um em cada 85 bebés;

- Em mães com 45 ou mais anos, a probabilidade é ainda maior. Estima-se que um em cada 35 bebés desenvolverá Trissomia 21.


mulher surpreendida com resultado de teste de gravidez

As vantagens da gravidez aos 40

Apesar dos muitos alertas em torno de uma gravidez depois dos 40, ter um bebé nesta fase da vida também pode trazer várias vantagens. No fundo, nem tudo o que é acelerado pela idade é negativo. Vejamos alguns exemplos:

  • Ter um filho depois dos 40 anos irá abrandar o declínio mental, revelou um estudo hormonal, publicado no Journal of the American Geriatrics Society;
  • A esperança média de vida de uma mulher que escolhe ser mãe mais tarde aumenta. Aliás, segundo os dados de uma investigação científica, estas têm uma maior probabilidade de viver até aos 90 anos;
  • Segundo as evidências científicas, os filhos de uma mãe mais velha, além de um melhor desempenho escolar, poderão ter menos problemas sociais, emocionais e comportamentais. Esta tendência é explicada pelo facto de as suas progenitoras se revelarem mais pacientes e terem uma maior disponibilidade para acompanhar o seu desenvolvimento, de forma mais próxima e personalizada;
  • As mulheres que engravidam após os 40 anos, muitas vezes, estão numa posição mais estável, em termos emocionais e financeiros. Isto pode ajudar a proporcionar um ambiente mais seguro e confortável para criar um filho.

Por isso, à pergunta "posso engravidar depois dos 40?", a resposta é sim. Apesar dos muitos desafios que pode trazer, também apresenta algumas vantagens. O importante é recorrer a aconselhamento médico regular, para que a gestação possa ser devidamente vigiada.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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