rapaz na sala de aula com ar ansioso

Dicas para gerir a ansiedade escolar no regresso às aulas

6 mins. leitura

Indíce
  1. 1. O que é?
  2. 2. O que causa?
  3. 3. Quais os sintomas?
  4. 4. Como lidar?

O mês de setembro marca o fim das férias e o regresso às aulas para muitas crianças. Este período, embora cheio de reencontros e novas experiências, pode também ser sinónimo de ansiedade escolar.

A transição de uma rotina mais descontraída, própria das férias, para o ritmo exigente das atividades escolares pode causar desconforto e inquietação, tanto nas crianças como nos pais.

Neste artigo, vamos abordar a ansiedade em ambiente escolar, como se pode manifestar e dicas práticas para gerir esta fase de forma descomplicada.


O que é a ansiedade escolar?

Trata-se de uma resposta emocional que pode surgir em crianças devido a fatores relacionados com o ambiente escolar e com as atividades ligadas à escola.

Embora uma certa dose de nervosismo seja normal, quando a preocupação é excessiva e a ansiedade interfere no bem-estar da criança ou no seu desempenho escolar, é importante prestar atenção e agir.

Também conhecida como fobia escolar ou recusa escolar, a ansiedade escolar não é um diagnóstico de saúde mental reconhecido. No entanto, na 5.ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-5), este tipo de ansiedade é considerado um sintoma associado a outros diagnósticos, como:


O que causa a ansiedade em contexto escolar?

As causas da ansiedade escolar não são totalmente conhecidas. O medo e a preocupação que algumas crianças sentem estão relacionados com uma causa específica, como ser vítima de bullying ou ter uma má experiência na escola.

Noutras crianças, a ansiedade pode ser mais geral e estar relacionada com a ansiedade social ou de desempenho.

A ansiedade pode, ainda, desenvolver-se quando as crianças ficam em casa por um longo período, como durante as férias de verão ou por motivo de doença.

Este problema também pode ser desencadeado por um episódio traumático ou stressante, como a morte de um familiar ou a mudança para uma nova residência.


rapariga sentada sozinha no corredor da escola

Quais os sintomas de ansiedade em crianças?

No regresso às aulas, a ansiedade pode manifestar-se de diversas formas que variam de criança para criança. Os sintomas podem ser físicos, emocionais ou comportamentais.

Os sintomas físicos mais comuns são:

  • Dores de estômago ou desconforto abdominal sem causa médica aparente;
  • Dores de cabeça;
  • Tonturas ou vertigens;
  • Batimento cardíaco acelerado;
  • Falta de ar;
  • Transpiração em excesso;
  • Dificuldade em dormir.

Relativamente aos sintomas emocionais, os principais são:

  • Preocupação excessiva sobre possíveis problemas na escola;
  • Ataques de pânico ou sensação intensa de medo perante situações escolares;
  • Medo de não ser capaz de acompanhar o conteúdo escolar;
  • Sentir-se inadequado ou inferior aos colegas;
  • Sentir-se facilmente frustrado ou irritado, especialmente em situações relacionadas com a escola;
  • Sentimentos depressivos que podem estar relacionados com o ambiente escolar;
  • Medo de ser julgado pelos colegas ou professores;
  • Medo de não atingir as expetativas ou de falhar em provas e atividades;
  • Ansiedade relativamente à separação dos pais.

Os sintomas comportamentais incluem:

  • Recusa em ir à escola ou em participar de atividades escolares;
  • Faltar à escola com frequência;
  • Chegar tarde ou não querer sair de casa para ir à escola;
  • Evitar amigos ou atividades sociais, preferindo ficar sozinho;
  • Falta de concentração;
  • Comportamento agitado;
  • Crises de choro;
  • Ter acessos de raiva;
  • Alegar estar doente para não ir à escola.

Se estes sintomas forem persistentes e interferirem na vida diária da criança, é importante procurar aconselhamento médico.


rapaz a preparar a mochila

Como lidar com a ansiedade escolar?

Lidar com a ansiedade em contexto escolar de forma eficaz implica paciência, compreensão e algumas estratégias para ajudar a criança a adaptar-se novamente à rotina.

Visitar a escola com antecedência para relembrar ambientes conhecidos ou explorar novos espaços, envolver a criança na preparação dos materiais escolares e demonstrar calma, são alguns cuidados a considerar. Conheça, a seguir, outras dicas a adotar.


Estabeleça uma rotina estruturada

Para algumas crianças e famílias, as manhãs são especialmente difíceis. Quando o início do dia é caótico, a ansiedade e o nervosismo em relação ao que está por vir pode aumentar. Contribua para o sucesso escolar do seu filho, eliminando o que dificulta um começo de dia tranquilo.

Verifique se os alarmes estão configurados corretamente e se há tempo suficiente na rotina matinal, para que a criança se prepare para a escola sem pressa.

Mostre o seu apoio para criar e manter uma rotina matinal. A criança pode, por exemplo, escolher tomar banho de manhã ou antes de ir dormir. Uma rotina consistente pode ajudar a criança a preparar-se mentalmente para o dia.

Incentive o seu filho a escolher a roupa e a organizar a mochila na noite anterior. Desta forma, a manhã fica organizada e o stress de tomar decisões de última hora é minimizado.


Promova conversas abertas

Para identificar a ansiedade antes que se agrave, é essencial ter conversas abertas e diárias com o seu filho, perguntando-lhe:

  • Como foi o teu dia? Qual foi a melhor parte? E a pior?
  • Aconteceu alguma coisa engraçada hoje?
  • Com quem almoçaste?
  • O que aprendeste de novo?
  • Ainda estás preocupado com o assunto de ontem?

A comunicação deve ser recíproca. Ou seja, deve estar disposto a responder às mesmas perguntas que fizer ao seu filho.

Durante estas conversas, aproveite para explicar como lida com os momentos de stress na sua vida. Assim, mostra que o stress é comum e que há formas de ultrapassar.


Defina uma rotina de sono

Dormir bem é essencial para regular o stress. As horas de sono necessárias variam de criança para criança. Por norma, as crianças entre 6 e 12 anos devem dormir de 9 a 12 horas por noite. Os adolescentes devem dormir entre 8 a 10 horas.

Se o seu filho tem dificuldades em acordar de manhã, em concentrar-se na escola ou em regular as suas emoções, estes podem ser sinais de que precisa de dormir mais um bocadinho.

Para ajudar o seu filho a dormir:

  • Evite o consumo de refrigerantes ou bebidas energéticas;
  • Limite o tempo de ecrã e mantenha o telemóvel, tablets e outros dispositivos eletrónicos fora do quarto;
  • Uma hora antes de deitar, incentive a criança a relaxar e estabeleça uma rotina.

Construa uma equipa de apoio

Se o seu filho apresenta sinais frequentes de ansiedade escolar, converse com o professor ou diretor da escola. Pode ter uma nova perspetiva sobre os sinais de ansiedade que o seu filho manifesta na escola e também ter a oportunidade de partilhar informações importantes sobre ele.

Colaborando com os professores e outros profissionais, pode sugerir medidas de apoio para reduzir o stress do seu filho.


Considere procurar apoio profissional

Existe uma grande diferença entre uma criança que está simplesmente nervosa e outra que está a lidar com ansiedade ou depressão.

É normal que as crianças, ocasionalmente, não queiram ir à escola. No entanto, se esse comportamento se prolongar por duas semanas ou mais, pode ser sinal de algo mais sério. Neste caso, é importante procurar um psicólogo ou um pedopsiquiatra e evitar que o problema se agrave.

Algumas abordagens de tratamento são:

  • Explorar formas de alterar o ambiente ou as situações que desencadeiam a ansiedade;
  • Recorrer à terapia cognitivo comportamental, uma abordagem orientada para objetivos onde a criança fala sobre os seus pensamentos e sentimentos;
  • Utilizar medicação para casos graves de ansiedade, como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS).

O regresso às aulas é uma fase de transição importante e é natural que algumas crianças sintam ansiedade. Porém, com a atenção necessária e as estratégias certas, os pais podem ajudar a minimizar este desconforto, promovendo um ambiente seguro e acolhedor para que a criança se sinta preparada para enfrentar os desafios do novo ano letivo.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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