Compulsão alimentar: como lidar com este problema?
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. Quais os sintomas?
- 3. Diagnóstico
- 4. Existe tratamento?
- 5. O que pode fazer?
Quase todos nós já comemos em demasia, uma vez por outra, seja numa festa de aniversário ou num jantar especial. Contudo, comer em excesso ocasionalmente não é o mesmo que compulsão alimentar.
As pessoas com problemas de compulsão alimentar ingerem regularmente muitos mais alimentos do que a maioria das pessoas. Muitas vezes, comem rápido, fazem-no quando estão stressadas ou chateadas e não apenas quando estão com fome. Também sentem que não conseguem parar de comer, mesmo quando estão saciadas.
Esta é uma perturbação do comportamento alimentar, que, à semelhança da anorexia e da bulimia, pode ter implicações graves na saúde física e mental. Como tal, deve ser abordada logo que surjam os primeiros indícios. Saiba como.
O que é a compulsão alimentar
A compulsão alimentar caracteriza-se pela ingestão descontrolada de grandes quantidades de comida num curto espaço de tempo.
Estes episódios ocorrem com alguma frequência, quase sempre longe de outras pessoas, podendo originar vergonha e sentimentos de culpa.
Outra das consequências é o aumento de peso, devido a uma ingestão calórica muito superior às necessidades do corpo. Isto, além de levar a um descontentamento com a imagem corporal, pode causar ansiedade ou depressão.
A par de excesso de peso ou de obesidade, as pessoas com esta perturbação tendem a desenvolver hipertensão arterial, problemas cardiovasculares, diabetes, entre outros problemas.
Quais são os sintomas?
O facto de uma pessoa comer muito e depressa nem sempre significa que tenha compulsão alimentar. No entanto, pode existir motivo para preocupação, caso se verifiquem outros comportamentos, tais como:
- Isolamento: a pessoa isola-se para comer, para que ninguém a veja ou julgue;
- Comer até sentir enjoos ou desconforto;
- Ingerir grandes quantidades de comida em pouco tempo;
- Comer muito e depressa, mesmo sem fome;
- Sentimentos de culpa e tristeza, após comer demais;
- Sentir que não tem autocontrolo;
- Aumento de peso;
- Usar roupas largas para ocultar o aumento de peso;
- Alterações de humor, irritabilidade, depressão.
A existência de uma compulsão alimentar depende também da frequência com que estes episódios acontecem. Se ocorrerem pelo menos uma vez por semana, durante vários meses, é fundamental procurar ajuda médica.
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico, visa perceber se se trata de uma compulsão alimentar ou de outro tipo de perturbação alimentar, bem como avaliar se o problema está a ser causado por outra condição de saúde.
Por vezes, a compulsão alimentar está ligada a questões como ansiedade, depressão, perturbação bipolar ou abuso do consumo de substâncias químicas.
Também pode ter origem em lesões no hipotálamo ou em doenças como a Síndrome de Prader-Willi, uma anomalia genética que provoca dificuldades neuromotoras e uma sensação constante de fome.
Como tratar a compulsão alimentar
As pessoas com compulsão alimentar são, geralmente, tratadas por uma equipa multidisciplinar, que inclui médico, nutricionista e terapeuta.
O tratamento envolve aconselhamento nutricional, cuidados médicos e psicoterapia (terapia individual, em grupo e familiar). Podem ser prescritos medicamentos que atuam essencialmente no controlo da compulsão alimentar através da supressão do apetite.
Hábitos que podem ajudar a ultrapassar a compulsão alimentar
Além de procurar apoio médico, há pequenos hábitos que ajudam a reduzir os episódios de compulsão, nomeadamente:
- Não saltar refeições;
- Comer devagar e com atenção ao que se ingere (evitando, por exemplo, comer em frente à televisão);
- Identificar as causas dos episódios de compulsão, percebendo se estas situações ocorrem, por exemplo, em época de exames escolares, ou numa fase de grande pressão emocional ou laboral;
- Praticar exercício físico.
É também recomendado fazer uma ou várias atividades de que se goste, como dançar, pintar ou cantar.
Como ajudar quem tem uma compulsão alimentar?
Se conhece alguém que está a passar por esta situação, não deve acusar, criticar ou culpabilizar nem procurar controlá-la, afastando-a de locais ou de pessoas que estejam associados a esta ingestão excessiva de alimentos.
Falar consecutivamente sobre comida ou de questões relacionadas com o peso e a aparência são igualmente atitudes a evitar.
É fundamental apoiar, elogiar e compreender que o tratamento pode ser um processo longo e apresentar alguns obstáculos.