Luto: o que é e como lidar com a perda
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Indíce
- 1. O que é?
- 2. As 5 fases
- 3. Como lidar?
- 4. A importância da terapia
O luto surge como resposta natural à perda, envolvendo um conjunto de emoções e comportamentos. Entenda como lidar com esta situação.
O luto é associado sobretudo à morte de uma pessoa querida ou de um animal de estimação, mas também pode relacionar-se com a perda de um emprego ou com o fim de um relacionamento.
Lidar com esta situação implica passar por várias fases. Umas pessoas demoram mais tempo a retomar a vida normal do que outras, o que é perfeitamente natural.
Ainda que este seja um processo individual, há alguns comportamentos e mecanismos que podem facilitar a adaptação à nova realidade.
Entenda como se carateriza cada estágio do luto e de que forma é possível ultrapassar.
O que é o luto?
Associado sobretudo à morte, o luto é uma reação normal e natural a uma perda significativa, seja ela de uma pessoa querida, animal de estimação, emprego, relacionamento ou qualquer mudança de vida com um valor emocional.
Muitas vezes, a dor pode ser tão avassaladora que é possível experienciar todo o tipo de emoções difíceis e inesperadas, como choque ou raiva até à descrença, culpa e tristeza profunda.
Este é um processo único e pessoal. Por isso, pode ser mais difícil para uns do que para os outros aceitar e adaptar-se a uma nova realidade.
As cinco fases do luto
A duração do luto é variável. Porém, pode ter cinco fases, de acordo com Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra e autora do livro ‘Sobre a morte e o morrer’.
Embora nem todos os indivíduos passem por todas as etapas e a ordem também possa alterar, é importante que a dor e tristeza não sejam reprimidas, sob pena de não conseguir ultrapassar este período.
1. Negação
Na fase de negação, há dificuldade em entender e aceitar a realidade da perda. A tendência é racionalizar a situação e minimizar o impacto que esta tem e terá na vida daí em diante.
Assim, negar o ocorrido é um mecanismo de defesa para conseguir absorver gradualmente a notícia e começar a processá-la. Faz parte da jornada de luto.
2. Raiva
Face à perda, pode surgir o sentimento de raiva ou ressentimento, que acaba por ser direcionado para os que são próximos, ainda que, racionalmente, se saiba que não têm culpa.
O enlutado pode também sentir raiva contra si próprio, por achar que poderia ter agido de forma diferente, acabando por se culpabilizar.
A raiva tem um efeito máscara. Ou seja, esconde a dor e a tristeza.
3. Negociação
A negociação é uma tentativa de adiar a tristeza. Nesta fase, compreende-se que a raiva não muda o que aconteceu. Começa a surgir paz interior e serenidade para continuar ou retomar a rotina.
É natural que se façam reflexões e que se assumam compromissos para se ser melhor e tentar ter uma vida mais calma e saudável, para que tudo volte a ser como era antes.
4. Depressão
Depois de uma perda, é habitual sentir-se uma tristeza profunda, desespero, cansaço, vontade constante de chorar e tendência para o isolamento.
Também podem surgir alterações no apetite e no sono. De uma forma geral, o estado emocional e físico podem ficar mais fragilizados.
Embora a depressão possa ser inevitável, é importante conversar com um profissional de saúde mental, caso não consiga sair desta fase.
5. Aceitação
No momento da aceitação, a tristeza e a saudade podem ainda estar presentes. Contudo, já começa a ser possível pensar no futuro e sentir que podem acontecer mudanças positivas.
Como lidar com a perda?
Compreender as fases do luto é algo fundamental para lidar com a perda, bem como adotar alguns destes comportamentos:
- Permitir-se sentir e expressar as emoções: É importante que se permita sentir e expressar as emoções associadas à perda, seja a chorar, a escrever um diário ou a desabafar com alguém próximo.
- Cuidar de si mesmo: Além do autocuidado, é essencial manter uma alimentação saudável, fazer exercício regularmente, dormir bem e evitar bebidas alcoólicas.
- Encontrar apoio: Procurar a ajuda de amigos e familiares ou participar de grupos de apoio ao luto pode atenuar a solidão e proporcionar um sentimento de comunidade e compreensão.
- Aceitar ajuda: Aceitar a ajuda dos outros, seja de forma prática ou emocional, pode aliviar a carga emocional e física do luto.
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A importância da terapia
Este processo é moroso, pelo que é importante dar o tempo suficiente para se ajustar à nova realidade. No entanto, caso não consiga retomar a sua vida quotidiana seis meses após a perda, é aconselhável recorrer à terapia para o luto, também chamada “aconselhamento do luto”.
Consultar um especialista em saúde mental nesta área, como um terapeuta, psicólogo ou psiquiatra, pode ajudar a processar os sentimentos e aprender novas maneiras de lidar com a situação, num espaço seguro.
Entre os vários benefícios deste tipo de aconselhamento estão:
- Reduz a ansiedade, a culpa e a depressão;
- Ajuda a entender os estágios do luto;
- Ajuda a reconhecer que a experiência de cada pessoa é única;
- Proporciona momentos para o paciente falar sobre o falecido e honrar a sua memória, o que pode ser bastante reconfortante;
- Orienta em direção a estratégias de autocuidado.
Nem todos obterão os mesmos resultados com a terapia. Também é importante realçar que este acompanhamento não ajuda a esquecer o ente querido ou a evitar a dor da perda. Em vez disso, fornece ferramentas para entender, aceitar e gerir as emoções, no sentido de conseguir ter uma vida plena.