Pulpite: descubra como tratar a inflamação da polpa dentária
• 4 mins. leitura
Indíce
- 1. O que e?
- 2. Tipos
- 3. Quais os sintomas?
- 4. O que causa?
- 5. Fatores de Risco
A pulpite é uma inflamação que pode causar dor, inchaço e sensibilidade. Sem tratamento, pode agravar-se. Uma boa higiene oral e consultas de rotina no dentista ajudam na prevenção.
Saiba o que é, quais os sintomas, causas, diagnóstico, opções de tratamento, bem como medidas de prevenção para garantir uma boa saúde oral.
O que é a pulpite?
Trata-se de uma inflamação da polpa dentária. Os dentes são compostos por três camadas:
- O esmalte na parte externa;
- A dentina que sustenta o esmalte;
- A polpa dentária na parte mais interna do dente.
A polpa do dente é composta por tecido conjuntivo, nervos e vasos sanguíneos. A inflamação acontece, maioritariamente, devido a cáries ou pode ser provocada por outros problemas de saúde oral.
Tipos de pulpites
Com base na extensão da infeção, a pulpite pode ser classificada em dois tipos:
- Reversível quando a inflamação está no início e é reversível com o tratamento do dente.
- Irreversível quando a inflamação danifica completamente a polpa, não sendo possível recuperar e, por isso, o tecido pulpar acabará por morrer (necrose pulpar).
As pulpites também podem ser classificadas como agudas ou crónicas.
A pulpite aguda é caraterizada por dor dentária intensa e repentina, muitas vezes desencadeada por estímulos como frio, calor ou pressão.
A pulpite crónica está geralmente associada a estímulos de baixa intensidade e de longa duração. Ao contrário da aguda, pode ser menos sintomática e mais persistente. Existem dois principais subtipos:
- Ulcerada, caraterizada pela presença de ulceração na superfície pulpar em contacto com a cavidade oral;
- Hiperplásica, caraterizada pela formação de pólipo pulpar, que consiste numa proliferação de tecido de granulação na superfície pulpar exposta à cavidade oral. Isto ocorre após uma fase ulcerada da polpa.
Quais os sintomas?
Os dois tipos de pulpite causam dor, ainda que a dor causada pela reversível possa ser mais leve e ocorrer apenas durante a alimentação. A dor associada à pulpite irreversível pode ser mais intensa e ocorrer em qualquer altura.
Os outros sintomas associados aos dois tipos de pulpite no dente são:
- Inflamação;
- Sensibilidade dentária a alimentos quentes e frios;
- Sensibilidade dentária a alimentos muito doces
- Dor durante a mastigação.
Na irreversível, podem ainda surgir outros sintomas, tais como:
- Febre;
- Inchaço nos gânglios linfáticos;
- Mau hálito;
- Mau gosto na boca;
- Sangramento gengival.
Se o tecido nervoso morrer e ocorrer necrose pulpar, a sensibilidade ao calor, frio ou doces pode desaparecer, mas o dente vai continuar a doer.
O que causa a inflamação da polpa dentária?
Em dentes saudáveis, as camadas de esmalte e dentina protegem a polpa contra infeções. Quando essas camadas protetoras são danificadas, as bactérias entram na polpa, causando inchaço. A polpa permanece presa nas paredes do dente, por isso, o inchaço causa pressão e dor, além da infeção.
O esmalte e dentina podem ser danificados por:
- Cáries que causam erosão nos dentes;
- Lesões, como um impacto no dente;
- Dente fraturado que expõe a polpa;
- Trauma de repetição causado por problemas dentários, como desalinhamento da mandíbula ou bruxismo (ranger os dentes).
Fatores de risco
Todos os problemas que aumentam o risco de cáries dentárias, nomeadamente certas condições médicas, como diabetes, podem aumentar a probabilidade de pulpite.
As crianças e idosos também podem estar em maior risco, determinado, na maioria, pela qualidade dos cuidados dentários e pelos hábitos de higiene oral.
Os estilos de vida também podem aumentar o risco, nomeadamente:
1. Maus hábitos de higiene oral, como não escovar os dentes após as refeições e não ir ao dentista para consultas de rotina;
2. Dieta rica em açúcar ou outros alimentos que aumentem o risco de ter cáries dentárias;
3. Profissão ou desporto que aumente o risco de impacto ou traumatismos na boca;
4. Bruxismo crónico.
Diagnóstico e tratamento
Para fazer o diagnóstico, o dentista vai testar a sensibilidade do dente, bem como determinar se a polpa dentária ainda pode ser salva.
Pode aplicar estímulos quentes ou frios e, se a dor desaparecer um a dois segundos após o estímulo, a polpa pode estar saudável o suficiente para ser salva. Ou seja, é uma pulpite reversível. Quando a dor persiste ou se manifesta de forma espontânea, pode tratar-se de uma pulpite irreversível.
Também pode ser utilizado um estimulador elétrico que indica se a polpa está viva, mas não se está saudável. Pequenas pancadas nos dentes ajudam a verificar se os tecidos adjacentes doem. Por vezes, também são realizadas radiografias, para avaliar o osso à volta do dente para detetar alterações, como quistos dentários ou inflamação do próprio osso.
Quanto ao tratamento, na pulpite reversível, a dor e a inflamação desaparecem após a remoção da cárie e restauração do dente.
Na pulpite irreversível, a polpa está danificada demais para ser revertida. O tratamento envolve a remoção da polpa através da desvitalização ou extração do dente. O dentista pode prescrever antibióticos se existirem sinais de infeção. Caso os sintomas persistam ou piorem, pode voltar a recorrer-se à desvitalização.
Possíveis complicações
Se a pulpite não for tratada, a inflamação pode tornar o dente mais suscetível a uma infeção, que pode progredir e disseminar-se. A infeção pode atingir o maxilar (osteomielite) e os tecidos moles da cabeça, pescoço e tórax. Se não for tratada, esta infeção pode ser fatal.
Consulte o seu dentista sempre que sentir alguma dor na boca. Se tiver pulpite, tratá-la precocemente pode ajudar a prevenir a pulpite irreversível.
Prevenir a pulpite
A melhor forma de prevenir a inflamação da polpa do dente é manter uma boa higiene oral, nomeadamente:
- Escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia;
- Usar fio dentário todos os dias;
- Agendar consultas de rotina no dentista.