Suplementos para amamentação: deve ou não tomar?
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Indíce
- 1. Quando é necessário
- 2. Riscos
- 3. Contraindicações
- 4. Como aumentar a produção
- 5. Cuidados a ter
Geralmente, mães que amamentam necessitam de mais calorias para conseguir atingir as necessidades nutricionais. A ingestão diária recomendada para alguns nutrientes, como o caso do iodo, aumenta durante o período de amamentação.
Algumas mulheres que amamentam, como aquelas com dietas vegetarianas e veganas, podem não obter os nutrientes necessários apenas por meio da dieta, estando em maior risco de deficiências nutricionais.
Há muitas lactantes que recorrem a suplementos para amamentação para suprimir essas carências e aumentar a produção de leite. Mas será que este tipo de suplementação é segura e eficaz? Descubra, neste artigo.
Quando podem ser necessários os suplementos para amamentação?
Os suplementos maternos são um tipo de galactagogo, substâncias que podem aumentar a produção de leite em pessoas que amamentam. O uso desses galactagogos durante a amamentação é cada vez mais comum, apesar das evidências limitadas sobre indicação, eficácia e segurança dos mesmos.
Os galactagogos estão disponíveis em diferentes formas, incluindo medicamentos farmacêuticos e suplementos alimentares, sendo geralmente indicados em casos onde há uma baixa produção de leite que não responde a outras medidas naturais, como a frequência das mamadas e o esvaziamento completo das mamas.
Isso pode acontecer devido a fatores hormonais, stress, ou a problemas médicos da mãe ou do bebé.
Para mulheres a amamentar, podem existir benefícios ao obterem um fornecimento estável de leite nas primeiras semanas pós-parto.
No entanto, nenhum estudo indica quando é melhor começarem a tomar suplementos maternos, uma vez que cada caso deve ser avaliado e individualizado.
Algumas mulheres começam a tomar suplementos durante a gravidez. Contudo, nem todos os suplementos à base de ervas são seguros para uso durante a gestação.
É recomendável usar suplementos para amamentação apenas sob orientação do médico, uma vez que este pode verificar as contraindicações e monitorizar possíveis efeitos colaterais.
Se o bebé ganhar peso de forma adequada através do leite materno, é provável que não haja necessidade de estimular a produção de leite.
Riscos da suplementação na amamentação
Existem alguns riscos associados aos suplementos maternos, que devem ser considerados.
Acumulação de leite
A mulher pode correr o risco de ingurgitamento mamário (acumulação de leite), o que pode ser desconfortável e dificultar a alimentação do bebé. O ingurgitamento prolongado pode causar problemas, como ductos obstruídos e mastite.
Suplementos de lecitina, à base de soja ou girassol, podem ser usados para ajudar o fluxo do leite, sendo considerados seguros durante a gravidez e o pós-parto. A lecitina pode evitar que o leite coagule nos ductos.
Redução da quantidade de leite produzido
Em algumas mulheres, os suplementos e vitaminas para aumentar a produção de leite materno resultam. Mas, em outros casos, esses produtos podem diminuir a quantidade de leite.
Os estudos clínicos são insuficientes e nem todos os galactagogos têm eficácia comprovada. Além disso, alguns galactagogos naturais podem ser transmitidos ao bebé através da amamentação, o que pode gerar reações adversas.
Contraindicações
Para algumas pessoas, podem não ser indicados certos suplementos e alimentos galactogogos, principalmente quem sofre de certas condições de saúde ou que esteja a tomar outros medicamentos.
Alguns galactogogos não devem ser consumidos por pessoas com distúrbios de coagulação ou doenças da tiroide.
Como aumentar a produção de leite materno
Há alimentos que podem ajudar na produção de leite e é por isso que as mães devem ser encorajadas a ter uma dieta saudável e diversificada, durante a gravidez e enquanto estiverem a amamentar.
A necessidade de iodo e colina aumenta durante a amamentação e o consumo adequado destes nutrientes pode assegurar reservas seguras de leite materno.
Os alimentos com iodo que estimulam a produção de leite incluem:
- Ovos;
- Mariscos;
- Laticínios;
- Sal iodado.
Já a colina pode ser encontrada em:
- Ovos;
- Carne;
- Laticínios;
- Em alguns mariscos;
- Feijões, ervilhas e lentilhas.
As lactantes que seguem uma dieta vegetariana ou vegana devem ter em consideração que este tipo de alimentação fornece ao bebé quantidades muito limitadas de vitamina B12. Isto pode colocar o bebé em risco de sofrer danos neurológicos.
O tipo de ferro ingerido também deve ser uma preocupação. Alimentos de origem vegetal contêm apenas ferro não heme, de absorção mais difícil do que o ferro heme, encontrado em carnes vermelhas, peixe e aves.
Se estes nutrientes não forem consumidos em doses suficientes, o médico pode recomendar um suplemento para aumentar a produção de leite e captação de outros nutrientes, como:
- Iodo;
- Ferro;
- Zinco;
- Colina;
- Vitamina B12;
- Gorduras ómega-3.
Cuidados que podem favorecer a produção de leite materno
Existem alguns cuidados que podem ajudar a estimular a produção de leite materno, tais como:
- Tratar da pele;
- Dormir o suficiente;
- Beber muitos líquidos;
- Seguir uma dieta saudável;
- Gerir o stress e a ansiedade;
- Cuidar do bem-estar mental e físico;
- Continuar a tomar as vitaminas pré-natais.
Se, mesmo assim, estas estratégias não funcionarem, é aconselhável consultar o médico, para perceber se são necessários suplementos para amamentação ou adotar outras medidas.