9 benefícios da música para a saúde e bem-estar

Se o seu humor melhora quando ouve uma canção de que gosta, saiba que os benefícios da música para a saúde e bem-estar são reais.

Sobre este tema, já foram efetuados inúmeros estudos científicos, muitos deles com resultados surpreendentes. Fique a conhecer alguns, neste artigo.

A música e os benefícios para a saúde

Ouvir música, cantar ou tocar um instrumento tem efeitos positivos na memória e saúde mental, mas também a nível físico.

As vantagens da música estão cientificamente comprovadas e vão para além de uma sensação de bem-estar que se tem num concerto ou quando se canta no banho.

Alivia a dor

A música pode reduzir a dor associada a certas situações pontuais, como um parto, mas também tem benefícios em casos de dor crónica.

Em 2016, uma revisão sistemática realizada pela Universidade de Chung-Ang, na China, analisou 97 estudos que contou com mais de 9000 participantes, e concluiu que a música tem efeitos benéficos no alívio da dor, podendo mesmo levar a uma redução do consumo de analgésicos.

Outra revisão publicada em 2017, que teve por base 14 ensaios clínicos e 1178 participantes com dores causadas por doenças como cancro, fibromialgia, esclerose múltipla ou artrose, revelou que ouvir música, sobretudo quando escolhida pelo participante, reduz as queixas relacionadas com dor crónica.

Alguns estudos mais recentes revelaram dados promissores nos benefícios da música nas dores associadas ao parto, pós-cesarianas, tratamentos a pedras nos rins ou fraturas no nariz.

Os benefícios da música no alívio da dor também foram comprovados em estudos envolvendo pacientes com queimaduras.

Reduz a ansiedade

Ouvir música para acalmar antes de um exame ou de uma entrevista de trabalho é um hábito comum e que tem, geralmente, bons resultados. Se já passou por esta sensação, saiba que ela é partilhada por muitas pessoas em todo o mundo.

Uma revisão sistemática de 26 estudos, num total de 2051 participantes, mostrou que a música ajudou a reduzir a ansiedade que sentiam antes de uma cirurgia. O mesmo efeito foi verificado em doentes oncológicos e em pessoas submetidas a hemodiálise.

Alivia o stress

Os benefícios da música também se aplicam à redução dos níveis de stress associados a várias situações do dia a dia.

Um estudo realizado em Nova Iorque, envolvendo 74 pacientes submetidos a cirurgias às cataratas, mostrou que os que ouviram música escolhida por si, durante e imediatamente após o procedimento, tinham a pressão arterial e a frequência cardíaca em níveis mais baixos do que os que passaram pelo processo em silêncio.

A redução do stress relacionada com a música verifica-se também nos pós-operatórios de doentes em estado crítico. Mesmo inconscientes, os pacientes a quem foram colocados auscultadores com música de Mozart, apresentavam uma frequência cardíaca mais baixa. Também se verificou uma diminuição no nível de adrenalina.

O tipo de música que se ouve também é importante para reduzir o stress. Quanto mais lento o ritmo, mais relaxante é. As canções mais ritmadas podem aumentar a estimulação, mas apenas de forma momentânea.

Melhora a qualidade do sono

Ouvir música pode igualmente ajudar a dormir melhor.

Em 2022, foram revistos os resultados de 13 estudos, num total de 1007 participantes, que procuravam perceber como a música podia favorecer o sono.

Os resultados em pessoas com insónias foram dececionantes, em comparação com os tratamentos convencionais. Contudo, os dados relativos à qualidade do sono foram mais animadores. Ouvir música tem uma influência positiva na qualidade e duração do sono, além de reduzir o tempo necessário para adormecer.

Beneficia a saúde mental

Quantas vezes ficou mais animado só por ouvir uma música de que gosta? Esse efeito no humor também é válido para situações mais complexas.

Adultos e adolescentes com depressão podem sentir uma melhoria nos seus sintomas se juntarem a música ao seu tratamento. O efeito positivo também se verifica na capacidade destes pacientes para trabalhar ou para se envolverem em atividades e relações pessoais.

O trabalho 'Efeito da Música na Saúde Mental Numa População Adulta do Sexo Feminino', efetuado na Universidade da Beira Interior, mostrou que 9 em cada 10 mulheres utilizam a música para desencadear ou modificar o humor, favorecendo, com isso, o bem-estar emocional, funcional, psicológico e social.

Alivia sintomas de doenças neurológicas

Já existem dados que sustentam os benefícios da música para pessoas com doenças neurológicas.

Uma dezena de ensaios clínicos com 429 portadores de esclerose múltipla indicou que a utilização de música teve efeitos positivos ao nível da coordenação e equilíbrio, marcha, estado emocional e dor.

Em pessoas com a doença de Parkinson, têm sido usadas técnicas que utilizam a música com resultados favoráveis, nomeadamente ao nível da locomoção, equilíbrio, fala e saúde mental.

Contribui para um envelhecimento saudável

A música pode ajudar a reduzir o risco de quedas, que se acentua à medida que a idade avança.

Idosos que participaram num estudo em que tinham de se mover ao som de diversos ritmos musicais apresentaram, em seis meses, melhor desempenho em termos de equilíbrio e de marcha.

Comparando com o grupo que não participou nestas atividades, verificou-se uma redução de 54% nas quedas.

Por outro lado, a associação entre a música e atividades de lazer diminuiu o risco de demência ou Alzheimer.

Um estudo que acompanhou centenas de pessoas com mais de 75 anos mostrou que atividades como tocar instrumentos ou dançar contribuíam para melhorar o raciocínio e para diminuir a probabilidade de doenças relacionadas com perdas cognitivas.

Favorece o desempenho cognitivo e a memória

A relação da música com o desempenho da mente também já foi avaliada e, entre a comunidade científica, há quem fale, inclusivamente, no "efeito Mozart".

Um estudo da Universidade da Califórnia comparou os resultados dos testes de Quociente de Inteligência de três grupos de estudantes universitários. Um ouviu uma sonata de Mozart antes do teste. Outro ouviu música relaxante e o terceiro grupo esteve em silêncio.

Nesta pesquisa, cujo objetivo era avaliar de que modo ouvir música afeta a função cognitiva, em geral, e o raciocínio espaço-temporal, em particular, os melhores resultados foram obtidos pelos que ouviram Mozart.

Estudos posteriores comprovaram que as obras do compositor austríaco tinham um efeito mais positivo no desempenho mental e na memória do que outras mais recentes.

Outro dos benefícios da música é que pode ajudar a recuperar memórias antigas. É o que acontece, por exemplo, quando se ouve uma canção da nossa infância ou que nos acompanhou em momentos marcantes da adolescência.

Facilita a aprendizagem

Estudar ao som da música é, para muitas pessoas, o único método para conseguirem concentrar-se ou memorizarem o que leem. Esta preferência pode ter, afinal, uma razão de ser.

Testes que envolvem tarefas de memorização com e sem música mostraram que as pessoas que usam a música como companhia ou forma de relaxamento têm mais facilidade de aprendizagem.

Há também pesquisas que revelam que, embora estimule o cérebro, a música tem, para outras pessoas, um efeito neutro quando está em causa a memorização.

A Universidade de Stanford, nos Estados Unidos da América, também estudou os efeitos da música na concentração e chegou à conclusão que a música envolve áreas do cérebro relacionadas com a atenção e a capacidade de fazer previsões e atualizações de eventos.

Esta investigação mostrou, ainda, que as técnicas de composição usadas há 200 anos ajudam o cérebro a categorizar a informação, sendo, por isso, uma mais-valia para quem estuda.