Vacinas na gravidez: descubra quais deve e pode tomar
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Indíce
- 1. Vacinas antes de gravidez
- 2. Vacinas durante a gravidez
- 3. Vacinas Contraindicadas na gravidez
- 4. Vacinas depois da gravidez
Tomar certas vacinas na gravidez é uma forma de prevenir doenças em mulheres grávidas, uma vez que estas são mais suscetíveis a infeções víricas e outros patogénicos na gestação.
Além disso, os recém-nascidos também ficam protegidos. Aquando da administração da vacina durante a gravidez, os anticorpos passam através da placenta da mãe para o feto.
Para que a gestação decorra com tranquilidade e sem potenciais complicações, é importante saber que vacinas se devem tomar antes, durante e depois da gravidez.
Vacinas a tomar antes da gravidez
Quem planeia engravidar deve ter as vacinas em dia para se proteger a si e ao recém-nascido de doenças graves.
Por exemplo, se a rubéola for contraída durante a gravidez, pode causar aborto espontâneo ou prejudicar gravemente o bebé.
Em Portugal, o Plano Nacional de Vacinação inclui a primeira dose da vacina contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR) aos 12 meses. Através de um exame pré-natal, as futuras grávidas podem certificar-se se são imunes às doenças dessa vacina tríplice.
Por norma, a maioria das mulheres é vacinada contra VASPR em criança. Se não for o caso, é aconselhável evitar engravidar até um mês após receber a vacina tríplice viral.
A varicela, à semelhança da rubéola, pode causar complicações graves ao bebé se for contraída durante a gestação. Por isso, a vacina deve ser administrada em mulheres não imunes antes da gravidez.
Vacinas a tomar durante a gravidez
Durante a gravidez, há vacinas que assumem um papel importante para a mulher e para o feto em desenvolvimento, sendo que este, quando nascer, terá uma proteção adequada contra certas doenças nos primeiros tempos de vida.
Passamos a enumerar as vacinas que devem ser administradas durante a gestação.
Dose única contra tosse convulsa, tétano e difteria
A vacina de dose única contra tosse convulsa, tétano e difteria, em doses reduzidas, está incluída no Programa Nacional de Vacinação.
Idealmente, a vacinação contra a tosse convulsa, tétano e difteria deve ser realizada entre as 20 e as 32 semanas de gestação.
A tosse convulsa é uma doença infeciosa provocada pela bactéria Bordetella perturssis, que compromete o aparelho respiratório (traqueia e brônquios), podendo ser grave em recém-nascidos.
O tétano é uma doença infeciosa que invade o organismo através de lesões ou feridas na pele, enquanto a difteria é uma infeção que pode ocorrer nas vias respiratórias superiores. As lesões surgem na pele, amígdalas, laringe e nariz.
É de realçar que a vacinação prévia à gravidez ou em gravidez anterior para a tosse convulsa, tétano e difteria não é suficiente. Deve-se repetir as vacinas na gravidez a cada gestação.
Vacina contra a gripe
À semelhança da vacina contra tosse convulsa, tétano e difteria, a vacina da gripe no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é gratuita para as grávidas.
Independentemente da fase da gravidez, a sua administração é segura. Além disso, o recém-nascido fica protegido no primeiro meio ano de vida.
Durante a gravidez, o sistema imunitário acaba por ficar enfraquecido e é por isso que a vacina da gripe deve ser realizada durante o outono ou inverno.
As grávidas têm maior probabilidade de ter complicações, como pneumonia, e a vacina acaba por combater potenciais problemas de saúde.
Vacina contra vírus sincicial respiratório
Uma nova vacina recomendada durante a gravidez é a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), sendo que esta não está incluída no Programa Nacional de Vacinação.
A sua administração em mulheres grávidas deve ser realizada entre as 24 e as 36 semanas de gestação.
Além de proteger a grávida, a vacina contra o VSR torna menos provável que o bebé contraia o vírus nos primeiros seis meses de vida.
Este é um vírus comum que, entre outros sintomas, causa tosse e dificuldade em respirar. Geralmente, este vírus desaparece por si só, mas pode ser sério quando afeta bebés, habitualmente através de bronquiolites, provocando dificuldade respiratória e dificuldade na alimentação.
Vacina contra a Covid na gravidez: quando tomar?
É provável que uma mulher grávida possa ficar gravemente doente ao ser infetada com Covid-19.
A vacina contra a Covid pode ser administrada durante qualquer fase da gestação, desde as primeiras semanas até à data prevista para o parto.
Esta vacina é também recomendada a lactantes, além de pessoas que planeiam engravidar ou que podem engravidar num futuro próximo.
As vacinas contra o coronavírus não contêm vírus ou bactérias vivos e, por isso, não transmitem a doença nem à mãe, nem ao feto.
Vacinas contraindicadas na gravidez
A administração de uma vacina com vírus ou bactérias vivas está contraindicada na gravidez, dado o potencial risco de infeção para o bebé.
As vacinas contraindicadas na gravidez podem incluir:
- Vacinação contra tuberculose;
- Vacinação contra poliomielite oral;
- Vacinação contra HPV (vírus do papiloma humano);
- Vacinação contra sarampo, parotidite epidémica e rubéola;
- Vacinação contra febre amarela;
- Vacinação contra tifoide oral;
- Vacinação contra rotavírus;
- Vacinação contra varicela;
- Vacinação contra varíola.
Por vezes, uma vacina com bactérias vivas pode ser administrada durante a gestação se o risco de infeção for maior do que o risco da vacinação.
Vacinas a tomar depois da gravidez
Mediante recomendação médica, algumas pessoas podem receber determinadas vacinas logo após o parto, ajudando a proteger a mulher de doenças e, na amamentação, os anticorpos passam para o bebé através do leite materno.
A vacinação pós-parto é especialmente importante se, antes ou durante a gravidez, não foram administradas determinadas vacinas.
Países em que é exigida vacinação
Existem doenças particularmente perigosas para as gestantes e bebés, como a malária. Esta doença afeta principalmente países na:
- América do Sul e América Central;
- África;
- Ásia.
Outro exemplo é o vírus da febre amarela, que existe sempre em regiões tropicais e subtropicais de África, América Central e América do Sul. Como a vacina da febre amarela é contraindicada na gravidez, é recomendável que mulheres grávidas evitem visitar essas mesmas zonas.
Por isso, antes de viajar, o melhor é consultar as recomendações de cada país sobre vacinação.