Já ouviu falar em dieta hiperproteica? Descubra se funciona
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Indíce
- 1. Benefícios
- 2. Riscos
- 3. Alimentos proteicos
- 4. Como fazer?
A dieta hiperproteica pode diminuir a fome e aumentar a sensação de saciedade. Por isso, é associada à perda de peso.
A dose diária de proteína recomendada para as mulheres é de, pelo menos, 50 gramas, enquanto para os homens é de cerca de 60 gramas. Numa dieta rica em proteína, os valores recomendados são sempre mais elevados.
Nem todas as pessoas podem realizar uma dieta deste tipo. Cada caso é um caso, estando dependente de fatores como a idade, prática de exercício físico, do estado de saúde e dos objetivos individuais.
Neste artigo, pode ficar a conhecer os pressupostos desta dieta e os cuidados a ter antes de a adotar.
Vantagens e riscos de uma alimentação rica em proteína
Sem adição de carboidratos, o corpo começa a queimar mais gordura para produzir energia.
Este processo metabólico é conhecido como cetose. Ou seja, o fígado produz cetonas a partir da gordura armazenada, que são utilizadas como fonte de energia alternativa à glicose.
Em algumas pessoas, a cetose pode causar dores de cabeça temporárias, irritabilidade, náuseas, mau hálito e distúrbios de sono.
Vários ensaios clínicos concluíram que consumir mais proteína do que a dose dietética recomendada não só reduz o peso corporal, como também melhora a composição corporal.
Benefícios de uma alimentação hiperproteica
Aumentar a ingestão de alimentos proteicos pode ajudar a promover a perda de peso de muitas maneiras, devido:
- à redução de apetite e saciedade: uma revisão sistemática divulgada pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos EUA descobriu que o consumo de proteínas reduz os níveis de grelina, também conhecida como "hormona da fome";
- ao metabolismo acelerado: segundo um estudo publicado pela revista académica Frontiers in Endocrinology, uma maior ingestão de alimentos proteicos pode aumentar a Taxa Metabólica Basal (TMB) e de repouso, ajudando a queimar calorias por várias horas, mesmo após as refeições e ainda durante o sono;
- às vantagens inerentes da dieta hiperproteica: a capacidade da proteína de suprimir o apetite, promover a saciedade e aumentar o metabolismo pode ajudar na perda de peso.
Além de ajudarem ao controlo do peso, os alimentos ricos em proteínas contribuem para:
- Reduzir a perda da massa muscular durante o envelhecimento;
- Melhorar a cicatrização de feridas;
- Reduzir a perda de densidade óssea.
Riscos da dieta da proteína
Uma alimentação rica em proteína é, geralmente, segura e saudável para a maioria das pessoas.
Apesar de os riscos da dieta rica em proteína ainda estarem a ser estudados, sabe-se que este regime alimentar pode causar alguns problemas de saúde, se for seguido durante muito tempo. Eis alguns dos principais motivos:
- Há dietas hiperproteicas que restringem por completo os hidratos de carbono, impossibilitando a obtenção de nutrientes ou fibras suficientes para o correto funcionamento do organismo;
- As dietas ricas em proteínas abrem exceções para a ingestão de carnes vermelhas e processadas, assim como para outros alimentos ricos em gordura saturada, podendo aumentar o risco de doenças cardíacas;
- A dieta da proteína pode piorar o funcionamento dos rins em pessoas com doença renal, uma vez que o organismo pode não conseguir libertar todos os resíduos de proteínas decompostos.
Exemplos de alimentos proteicos
Como em qualquer regime alimentar, a escolha dos produtos certos é importante para que este seja o mais eficaz possível. Uma dieta hiperproteica costuma contemplar:
- Ovos (uma fonte de proteína fácil de absorver e também uma excelente fonte de vitaminas, minerais, gorduras saudáveis e antioxidantes);
- Carne bovina (cortes mais magros);
- Peitos de frango ou de peru;
- Leguminosas, como grão-de-bico, feijão-preto ou lentilhas;
- Frutos secos, como amendoins e amêndoas (uma grande fonte de minerais como ferro, fósforo, magnésio e zinco, além de conter importantes proteínas e fibras vegetais);
- Sementes, nomeadamente de abóbora;
- Pão de sementes;
- Peixes, incluindo salmão e linguado;
- Abacate e outros alimentos ricos em ácidos gordos;
- Quinoa;
- Aveia;
- Produtos lácteos, como iogurte grego, leite de vaca ou queijo;
- Vegetais, incluindo brócolos e couves-de-Bruxelas.
Para pessoas com restrições alimentares, é natural que alguns alimentos sejam inadequados. É o caso das pessoas intolerantes à lactose, as quais não devem ingerir produtos lácteos.
Uma dieta hiperproteica também é cetogénica. O que significa que são evitados os seguintes tipos de alimentos:
- Produtos que contêm açúcar, como doces e refrigerantes;
- Alimentos altamente processados, como batatas fritas;
- Produtos dietéticos, uma vez que, muitas vezes, contêm quantidades excessivas de adoçantes artificiais.
Quem segue este regime alimentar deve, ainda, moderar o consumo de fruta, uma vez que esta contém frutose, um tipo de açúcar natural. O ideal é privilegiar frutos com um baixo índice glicémico, como maçãs e peras.
Como seguir uma dieta hiperproteica?
Antes de fazer qualquer mudança drástica na alimentação, é aconselhável falar com o médico. Isto assume especial importância em pessoas com doença renal, diabetes ou outras condições crónicas de saúde.
Importa igualmente realçar que uma dieta proteica, por si só, não é o suficiente para emagrecer ou ganhar mais massa muscular. É necessário combinar a mesma com outros hábitos saudáveis, como a prática de exercício físico regular.
Além desta, há outras dicas a considerar, tais como:
- Usar uma aplicação ou diário alimentar para estabelecer, vigiar e manter os objetivos que definiu para a dieta da proteína;
- Consumir alimentos proteicos ao pequeno-almoço;
- Preparar menus que incluam, preferencialmente, uma combinação de proteínas animais e vegetais;
- Escolher fontes de proteína de alta qualidade, em detrimento de alimentos processados;
- Consumir refeições equilibradas;
- Ingerir água suficiente, algo essencial, mas, muitas vezes, esquecido.
Se e quando terminar a dieta hiperproteica, é recomendável medir o Índice de Massa Corporal (IMC), um guia de proporção entre o peso e a altura. A medição de pregas e dobras cutâneas é, contudo, o método mais eficaz e preciso para acompanhar a perda de gordura subcutânea e a aquisição de massa muscular.