
Tem problemas de concentração? Saiba como combater
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Indíce
- 1. Sintomas
- 2. Como diagnosticar?
- 3. O que pode causar?
- 4. Quem pode ser afetado?
- 5. Como melhorar?
Muitas pessoas afirmam ter problemas de concentração, algo que pode ter inúmeras causas, como certos hábitos diários ou uma condição médica.
Independentemente da origem, a incapacidade de foco pode afetar significativamente as atividades diárias, sejam estas profissionais, pessoais ou académicas.
Ainda que nem sempre seja uma emergência médica, é importante procurar acompanhamento médico.
Neste artigo, pode conhecer os sintomas, como é feito o diagnóstico, potenciais causas, quem pode ser afetado e, claro, dicas para melhorar a concentração.
Que sintomas indicam problemas de concentração?
A dificuldade de concentração pode afetar as pessoas de formas diferentes e manifestar-se mediante vários sintomas, tais como:
- Incapacidade de se lembrar de acontecimentos recentes;
- Inquietação ou incapacidade de permanecer sentado;
- Sensação de confusão ou dificuldade em pensar claramente;
- Perder objetos com frequência ou dificuldade em lembrar-se onde estão;
- Incapacidade de tomar decisões;
- Dificuldade em executar tarefas complexas;
- Falta de foco;
- Cansaço físico ou mental que impede a concentração;
- Cometer erros por descuido.
É comum notar que a concentração se torna mais difícil em determinados momentos do dia ou em ambientes específicos. As pessoas ao seu redor podem comentar que parece distraído e pode até esquecer compromissos ou reuniões devido à falta de foco. Este estado é, por vezes, referido como confusão mental.
Como diagnosticar?
O diagnóstico pode envolver uma variedade de testes, uma vez que existem muitas causas possíveis.
O médico vai, provavelmente, perguntar sobre sintomas, discutir o histórico clínico e questionar quando os problemas de concentração surgiram pela primeira vez, bem como em que situações melhoram ou pioram.
Também vão ser analisados os medicamentos e suplementos que está a tomar, para verificar se podem estar a comprometer a sua capacidade de concentração.
Com esta informação, o médico pode fazer um diagnóstico ou recomendar exames adicionais, tais como:
- Análises ao sangue para avaliar os níveis hormonais;
- Tomografias computorizadas para identificar possíveis alterações cerebrais;
- Eletroencefalografia (EEG) para medir a atividade elétrica do cérebro.
De salientar que nem sempre é um diagnóstico fácil e pode ser demorado.
O que pode estar a causar os problemas de concentração?
Os problemas de concentração podem ter diversas origens, desde condições médicas até fatores relacionados com o estilo de vida, medicação ou circunstâncias do dia a dia.
Condições de saúde
Certas condições médicas podem interferir diretamente na capacidade de concentração, incluindo:
- Perturbação por uso de álcool ou drogas;
- Transtorno de défice de atenção e hiperatividade (TDAH);
- Síndrome da fadiga crónica;
- Concussão;
- Síndrome de Cushing;
- Demência;
- Depressão e ansiedade;
- Epilepsia;
- Insónia;
- Transtorno depressivo major;
- Esquizofrenia;
- Perturbação bipolar;
- Esclerose múltipla (EM).
A glândula tiroideia, responsável por regular hormonas importantes, também pode afetar a concentração quando não funciona corretamente.
Estilo de vida
Um estilo de vida inadequado pode prejudicar o foco e a memória. Alguns exemplos:
- Falta de sono: dormir menos de 7 a 8 horas por noite afeta diretamente o funcionamento cerebral.
- Alimentação inadequada: o cérebro necessita de combustível adequado. Por exemplo, níveis baixos de açúcar no sangue podem dificultar a concentração.
- Falta de exercício físico: a atividade física regular promove o fluxo sanguíneo para o cérebro, essencial para a cognição.
- Stress crónico: em situações de stress elevado, o cérebro prioriza funções relacionadas com a sobrevivência, deixando o foco e o raciocínio comprometidos.
- Sobrecarga mental: o uso excessivo de dispositivos eletrónicos e vários tarefas em simultâneo dificultam a concentração.
Alimentação
Alimentos ricos em açúcar ou gordura saturada podem afetar negativamente a atenção e o desempenho cognitivo.
O açúcar provoca aumentos rápidos de energia, seguidos de quebras bruscas. Alimentos gordurosos podem desencadear inflamação que afeta o cérebro.
Medicação
Certos medicamentos têm como efeito secundário a dificuldade em manter a concentração, tais como:
- Benzodiazepínicos;
- Opioides;
- Antidepressivos;
- Anticonvulsivantes;
- Antagonistas do recetor H2 da histamina;
- Corticosteroides;
- Alguns medicamentos cardíacos ou utilizados na quimioterapia.
É importante ler a bula dos medicamentos e, em caso de dúvidas, consultar o seu médico assistente. Não interrompa nenhum tratamento sem orientação médica.
Outros fatores
Há ainda outros fatores que podem influenciar a concentração, nomeadamente:
- Múltiplas tarefas: alternar entre várias tarefas pode prejudicar a eficiência e levar a mais erros.
- Condições ambientais: trabalhar em ambientes ruidosos ou muito movimentados pode ser um fator de distração.

Quem pode ser afetado por problemas de concentração?
Os problemas de concentração podem surgir em qualquer pessoa, independentemente da idade ou contexto. Contudo, alguns grupos são mais suscetíveis:
- Estudantes: a pressão académica e a exigência constante podem dificultar a capacidade de se concentrarem nos estudos.
- Profissionais em ambientes stressantes: cargas de trabalho elevadas e pressão no local de trabalho são fatores que frequentemente comprometem o foco.
- Idosos: as alterações naturais associadas ao envelhecimento podem levar a dificuldades de concentração e memória.
- Pessoas com condições médicas crónicas: certas doenças ou condições podem aumentar a predisposição para distrações e problemas de foco.
- Indivíduos com perturbações como TDAH ou Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC): estas condições específicas estão diretamente relacionadas com dificuldades de concentração.

Como melhorar?
A concentração pode ser fortalecida com mudanças simples no dia a dia. Confira algumas estratégias.
Organize o seu tempo e tarefas
Pratique o bloqueio de tempo e dedique horários específicos para cada tarefa. Por exemplo, reserve meia hora para verificar e-mails ou atender chamadas, evitando alternar entre tarefas.
Defina objetivos e listas. Crie planos escritos com prioridades claras para manter o foco no que realmente importa.
Cuide da sua saúde física e mental
Exercite-se regularmente. A atividade física melhora o fluxo sanguíneo para o cérebro, reduz o stress e ajuda na criação de novas conexões cerebrais. Caminhe, corra ou pratique exercícios aeróbicos pelo menos 150 minutos por semana.
Coma bem, consuma alimentos ricos em fibras, gorduras saudáveis e proteínas magras. Fruta, vegetais e cereais integrais fornecem nutrientes essenciais, como vitaminas B, C, E e magnésio, cruciais para o funcionamento cerebral.
Durma adequadamente. Priorize 7 a 9 horas de sono por noite para evitar fadiga mental e melhorar a memória e o foco.
Reduza as distrações
Crie um ambiente tranquilo, organizando o local de trabalho. Desative notificações, desligue aparelhos eletrónicos que não sejam necessários e elimine, se possível, tudo o que possa desviar a sua atenção.
Evite desempenhar várias tarefas ao mesmo tempo. Concentre-se numa tarefa de cada vez, dedicando-lhe toda a sua atenção.
Estimule a sua mente
Mantenha-se mentalmente ativo. Faça palavras-cruzadas, leia, jogue jogos ou aprenda algo novo para desafiar o cérebro.
Pratique meditação e experimente exercícios de foco, como ler durante 30 minutos com um cronómetro que dispare a cada 5 minutos para verificar se a sua mente divagou.
Identifique e resolva obstáculos
Reveja os medicamentos. Alguns podem causar sonolência ou confusão mental. Consulte o seu médico para ajustar o tratamento, se necessário.
Faça uma boa gestão de condições como hipertensão, diabetes ou depressão, pois estas podem afetar a sua capacidade de concentração.
Faça pausas estratégicas
Alterne períodos de trabalho com pausas curtas para alongar ou caminhar. Estas interrupções podem ajudar a revitalizar a sua mente e a recuperar o foco.
Com estas medidas, é possível melhorar a sua concentração e desempenho no dia a dia. Se os problemas persistirem, procure ajuda médica para identificar possíveis causas subjacentes.
Quando procurar ajuda médica para problemas de concentração?
Se os problemas de concentração começarem a afetar significativamente a sua vida, é importante procurar ajuda médica. Marque uma consulta se:
- Notar dificuldades de memória acima do normal;
- Sentir uma diminuição do desempenho no trabalho, na escola ou noutras atividades diárias;
- Apresentar alterações no sono, como insónias ou sono excessivo;
- Estiver invulgarmente cansado sem razão aparente;
- Sentir tristeza, culpa ou desânimo de forma contínua;
- Sofrer de ansiedade ou preocupação que interfira com a sua rotina;
- Perceber sinais como pele seca, obstipação, rosto inchado, voz rouca ou perda de peso não intencional.
Procure assistência médica imediata se os problemas de concentração vierem acompanhados de sintomas como:
- Perda de consciência;
- Dormência ou formigueiro num lado do corpo;
- Dor forte no peito;
- Dor de cabeça intensa e súbita
- Perda de memória inexplicável;
- Desorientação sobre onde está;
- Dificuldades de fala.
Estes podem ser sinais de condições graves, como AVC ou ataque cardíaco, e necessitam de atenção urgente.