mulher a comer alimentos com fibra

Paragem de digestão: o que causa e como prevenir

8 mins. leitura

Indíce
  1. 1. O que é?
  2. 2. Sintomas
  3. 3. Causas
  4. 4. Soluções caseiras
  5. 5. Existe forma de evitar?

A paragem de digestão, também conhecida por congestão ou indigestão, é uma condição comum que afeta muitas pessoas. Seja causada por excesso alimentar ou más práticas após as refeições, esta situação pode ser desconfortável e até debilitante.

Apesar de ser geralmente benigna, em algumas situações, pode indicar um problema de saúde subjacente.

Fique a conhecer as causas, sintomas e medidas que pode adotar para evitar e tratar esta condição.


O que é a paragem de digestão?

Popularmente chamada paragem de digestão ou congestão, a indigestão ou dispepsia aguda, é uma interrupção ou dificuldade no processo digestivo que pode ocorrer em qualquer fase da digestão.

Este problema pode afetar não apenas o estômago, mas também o esófago e o intestino delgado, comprometendo a absorção de nutrientes.

Esta condição pode ser desencadeada por vários fatores, incluindo a prática de atividade física intensa logo após uma refeição, o consumo excessivo de alimentos ou certas alterações fisiológicas do organismo. Além disso, fatores emocionais como o stress também podem influenciar negativamente a digestão.

A indigestão pode variar desde um desconforto leve até sintomas mais graves. Se os sintomas forem persistentes, pode ser necessário procurar avaliação médica.


mulher com desconforto abdominal

Quais os sintomas?

Os sintomas da indigestão ou dispepsia podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente surgem após comer ou beber e incluem:

  • Sensação de ardor no peito ou na parte superior do abdómen, que pode estar associada à azia;
  • Inchaço abdominal e sensação de enfartamento, mesmo após uma refeição leve;
  • Náuseas, que podem ser acompanhadas de vómitos em casos mais graves;
  • Arrotos e gases excessivos, causando desconforto adicional;
  • Dor ou desconforto epigástrico, localizado na região central superior do abdómen, onde se encontra o estômago;
  • Saciedade precoce, ou seja, sentir-se rapidamente satisfeito durante uma refeição, dificultando a ingestão de alimentos;
  • Regurgitação, quando alimentos ou líquidos voltam à boca, frequentemente com um sabor amargo;
  • Refluxo gástrico, caraterizado por uma sensação de queimadura que pode irradiar para o pescoço ou para as costas, resultante da subida do ácido gástrico para o esófago.

Além destes sintomas comuns, podem ocorrer outros menos frequentes, como vómitos persistentes ou dificuldade em engolir.

Em algumas situações, a indigestão pode estar associada a sinais graves, tais como vómitos com sangue, fezes pretas, perda de peso inexplicável ou fadiga extrema, os quais exigem consulta médica imediata.

É importante salientar que, por vezes, um ataque cardíaco pode manifestar-se com sintomas semelhantes aos da indigestão, especialmente quando acompanhado de suor, falta de ar ou pressão no peito. Nestes casos, deve procurar assistência médica urgentemente.


Quais as possíveis causas da paragem de digestão?

A indigestão ocasional pode ter causas simples e, frequentemente, está associada ao consumo de grandes refeições. Nestes casos, o sistema digestivo é sobrecarregado e trabalha mais intensamente para processar uma quantidade excessiva de alimentos. O estômago distende-se, e a vesícula biliar e o pâncreas contraem-se, produzindo sucos digestivos mais potentes, o que pode irritar os tecidos.

Contudo, quando a indigestão persiste após as refeições ou se torna crónica, as causas podem ser mais complexas.

Em alguns casos, pode haver uma condição médica subjacente. Em outros, quando não se identifica uma causa clara, é chamada dispepsia funcional. Esta ocorre quando os nervos do trato gastrointestinal se tornam hipersensíveis, reduzindo o limiar de desconforto. Fatores como alterações hormonais e distúrbios do sono também podem contribuir para essa sensibilidade aumentada.


Principal causa da indigestão

Quando a indigestão tem uma causa orgânica, está frequentemente relacionada com o ácido estomacal. O ácido pode provocar a sensação de ardor associada à indigestão.

Normalmente, o estômago é protegido por um revestimento que o impede de ser afetado pelo ácido, mas quando esse revestimento se desgasta, os tecidos subjacentes podem ficar inflamados e irritados.

Em alguns casos, os sucos gástricos podem escapar do estômago para o duodeno, que não possui o mesmo revestimento protetor, causando danos adicionais. O ácido também pode seguir para o esófago, resultando em refluxo gástrico, o que pode explicar sintomas como arrotos, regurgitação e azia.

Quando o ácido danifica o revestimento do estômago, pode causar úlceras pépticas, que também se podem formar no duodeno, gerando ardor, saciedade precoce, náuseas e inchaço.

Como as úlceras e o excesso de ácido são causas comuns de indigestão crónica, a dispepsia funcional é, muitas vezes, referida como "dispepsia não ulcerosa". No entanto, a dispepsia funcional é mais prevalente do que as causas orgânicas.


Outras possíveis causas

Alguns fatores alimentares e de estilo de vida podem contribuir para a indigestão, incluindo:

  • Comer em excesso ou muito rapidamente, o que pode distender o estômago e facilitar o refluxo gástrico;
  • Dieta rica em gordura, que aumenta a produção de ácidos e enzimas digestivas;
  • Intolerâncias alimentares não diagnosticadas;
  • Consumo de tabaco e álcool, que irritam e inflamam os tecidos do trato gastrointestinal;
  • Uso excessivo de anti-inflamatórios não esteroides (AINE), como aspirina e ibuprofeno, que podem desgastar o revestimento do estômago;
  • Stress e ansiedade, que impactam diretamente o sistema digestivo;
  • Gravidez, devido às alterações hormonais e à pressão exercida pelo útero sobre o estômago, favorecendo o refluxo gástrico.

Doenças e condições associadas à indigestão crónica

Algumas condições médicas podem estar relacionadas com a indigestão persistente, como:

  • Úlcera péptica;
  • Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE);
  • Hipercloridria (excesso de ácido gástrico);
  • Gastrite (inflamação do revestimento do estômago);
  • Gastroparesia (esvaziamento lento do estômago);
  • Hérnia do hiato;
  • Sobrecrescimento bacteriano no estômago ou intestino delgado;
  • Perturbações alimentares;
  • Cálculos biliares;
  • Colecistite (inflamação da vesícula biliar);
  • Pancreatite (inflamação do pâncreas);
  • Síndrome do intestino irritável (SII);
  • Doença celíaca;
  • Obstrução do intestino delgado;
  • Cancro do estômago;
  • Hipersensibilidade visceral.

Se os sintomas de indigestão forem frequentes ou persistentes, é importante procurar um gastroenterologista para diagnóstico e tratamento adequado.


homem a beber água

Soluções caseiras para aliviar o desconforto da indigestão

A indigestão ocasional pode ser aliviada com antiácidos de venda livre, que neutralizam o excesso de ácido no estômago. No entanto, os antiácidos não devem ser usados com frequência.

Beber água em pequenos goles pode ajudar a diluir o ácido gástrico e a mover os alimentos pelo estômago. Contudo, é importante evitar exagerar na quantidade, pois o excesso pode ter o efeito contrário.

Mas há outras soluções caseiras que podem ajudar a aliviar o desconforto:

  • Chá de camomila: reduz inchaço e espasmos. Evite, se tomar anticoagulantes.
  • Semente de funcho: alivia cólicas, inchaço e náuseas. Mastigue uma colher de chá ou beba chá de funcho.
  • Raiz de gengibre: acelera a digestão e pode aliviar náuseas e diarreia. Beba chá ou adicione gengibre fresco à comida.
  • Hortelã-pimenta: relaxa os músculos do estômago e do esófago. Experimente chá ou suplementos, mas evite se tiver refluxo gástrico.
  • Vinagre de maçã: pode equilibrar as bactérias intestinais, mas pode agravar a indigestão causada por excesso de ácido.
  • Bananas: ajudam a reduzir espasmos e fornecem fibra suave para a digestão.
  • Pastilha elástica sem açúcar: pode reduzir os níveis de ácido no estômago e no esófago. Evite pastilhas com menta, que podem agravar o refluxo gástrico.

Existem formas de evitar uma paragem de digestão?

A melhor forma de prevenir uma paragem de digestão é evitar os alimentos e as situações que parecem provocá-la. Manter um diário alimentar poder ajudar a identificar esses alimentos.

Alterações no estilo de vida também podem contribuir para a prevenção, tais como:

  • Fazer refeições mais pequenas e frequentes ao longo do dia;
  • Mastigar bem os alimentos e com calma, evitando comer depressa ou falar enquanto mastiga. Engolir muito ar pode agravar os sintomas;
  • Evitar alimentos e bebidas que possam causar indigestão, como cafeína, álcool, citrinos, tomate, alimentos picantes, fritos ou gordurosos;
  • Não se deitar logo depois de comer, esperar pelo menos 3 horas após a última refeição do dia antes de ir dormir.
  • Durma com a cabeça elevada (pelo menos 15 centímetros), para evitar que os sucos digestivos voltem ao esófago;
  • Se o stress for um gatilho para a indigestão, experimentar técnicas de relaxamento, como a meditação;
  • Deixar de fumar. O tabaco irrita o revestimento do estômago.
  • Manter um peso saudável. O excesso de peso pode exercer pressão sobre o estômago e a parte inferior do esófago. O exercício regular não só ajuda a manter um peso saudável, como também favorece a digestão.

Caso os sintomas persistam após tentar estas mudanças, consulte o seu médico.


Quando procurar aconselhamento médico?

A indigestão é comum e, na maioria dos casos, desaparece sozinha ao fim de algumas horas, sem necessidade de tratamento.

No entanto, se os episódios de paragem de digestão forem frequentes ou persistentes, podem afetar a qualidade de vida e ser um sinal de uma condição médica subjacente.

Deve procurar aconselhamento médico se:

  • O desconforto durar mais de duas semanas;
  • Tiver sintomas de alerta, como dificuldade em engolir, falta de ar, aperto no peito, sangue nas fezes, náuseas e vómitos, ou perda de peso inexplicável;
  • Sentir necessidade de tomar antiácidos frequentemente sem obter alívio.

O médico irá avaliar os seus sintomas, historial clínico, dieta e estilo de vida. Além disso, pode realizar um exame físico e, se necessário, requisitar exames complementares, tais como:

  • Testes laboratoriais, para despistar anemia ou outros distúrbios;
  • Testes ao hálito e às fezes, para verificar a presença da bactéria Helicobacter pylori;
  • Endoscopia, para examinar o aparelho digestivo superior e, se necessário, recolher uma biópsia;
  • Exames de imagem (raio-x ou TAC), para identificar possíveis obstruções intestinais.

Se os sintomas forem ligeiros, podem ser controlados com ajustes na alimentação e no estilo de vida. No entanto, quando necessário, o tratamento pode incluir:

  • Antiácidos de venda livre, para alívio imediato.
  • Bloqueadores de ácido, como bloqueadores H2, que reduzem a produção de ácido, mas podem perder eficácia a longo prazo, ou inibidores da bomba de protões (IBP), mais eficazes, especialmente se houver sinais de úlceras ou lesões no trato digestivo.

Dependendo da causa da indigestão, o médico pode, ainda, prescrever:

  • Procinéticos, se o esvaziamento do estômago for lento;
  • Antibióticos, para tratar infeções por Helicobacter pylori;
  • Antidepressivos ou ansiolíticos, para aliviar o desconforto associado à dor.

Possíveis complicações

Embora uma paragem de digestão raramente cause problemas graves, sintomas persistentes podem levar a dificuldades na ingestão de alimentos, comprometendo a nutrição e o equilíbrio da dieta.

Além disso, algumas condições associadas à indigestão podem resultar em complicações, nomeadamente:

  • Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), que pode causar inflamação e danos no esófago;
  • Estenose esofágica, um estreitamento do esófago que pode dificultar a deglutição;
  • Estenose pilórica, que impede o esvaziamento adequado do estômago;
  • Esófago de Barrett, uma alteração no revestimento do esófago que pode aumentar o risco de cancro esofágico.

Por isso, é fundamental consultar um médico para obter um diagnóstico preciso e o tratamento adequado das dificuldades de digestão.

Aviso: O Blog Mais Saúde é um espaço meramente informativo. A Medicare recomenda sempre a consulta de um profissional de saúde para diagnóstico ou tratamento, não devendo nunca este Blog ser considerado substituto de diagnóstico médico.

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